
Na sequência de um workshop que realizei recentemente, verifiquei que ainda há bastantes fotógrafos que, apesar de usarem tripés, ainda não conhecem todas as potencialidades destes equipamentos para o acto de fotografar.
Vamos então explorar um pouco este tema para ajudar a quem pense adquirir um tripé, ou ajudar a usar melhor os que já possuem.
Como o próprio nome diz, o tripé é constituído por 3 pés que são os elementos mais volumosos do equipamento.
A escolha do tripé deve ter em conta 3 aspectos principais: O peso, a robustez, e o preço. E todos estes elementos são influenciados directamente pelo tipo de material em que o tripé é construído.
Materiais
Aço
Os tripés construídos em aço são por norma os mais robustos mas são, de longe, os mais pesados. Por esse motivo só se costumam usar tripés de aço em estúdio, ou no exterior em situações que tenham uma utilização essencialmente estática. Para uso exterior em que o fotógrafo se desloque regularmente, está fora de causa.
Plástico
Na realidade existem tripés de plástico mas normalmente são de pequena dimensão e são usados para bloguers para suportarem máquinas de dimensões mais reduzidas. Existem igualmente tripés de plástico regulável, por exemplo da marca Gorilla, que se prestam para se ‘enrolarem’ num ponto de suporte para fixação menos ortodoxas.
Tripés longos com pernas de plástico, apesar de poderem ser baratos, definitivamente não são recomendáveis porque acabam por ser muito instáveis e frágeis.
Alumínio
No mundo dos tripés, o alumínio é o cavalo de batalha definitivo. Possui uma excelente relação resistência / peso, e encontram-se muitas opções em termos de escolhas e preços.
É claramente o que apresenta a melhor relação entre rigidez, peso e preço.
Fibra de Carbono
A fibra de carbono é um material leve, forte e extremamente resistente à corrosão, tornando-o perfeito para as pernas do tripé.
No entanto, sendo forte em termos intrínsecos, a sua leveza pode ser um handicap em situações de exterior com muito vento, obrigando por vezes a pendurar algo pesado no tripé para ganhar estabilidade.
Voltando aos nossos três aspectos principais para tripés, enquanto os tripés de fibra de carbono são fortes e leves, geralmente não são baratos.
Em resumo, cabe a cada fotógrafo, mediante o uso que maioritariamente irá fazer do tripé, escolher a melhor opção de material de construção.

Mecanismos de bloqueio
Para oferecer portabilidade, as pernas do tripé geralmente apresentam seções dobráveis ou telescópicas, sendo a grande maioria da última variedade. Isso significa que essas seções das pernas possuem algum tipo de mecanismo de bloqueio. Em geral, existem dois tipos principais de bloqueio.
Fechadura de alavanca
Este tipo de fechadura é um mecanismo de bloqueio que se abre para liberar a seção da perna do tripé e se move para baixo para prendê-lo no lugar.
Esses bloqueios permitem a montagem do tripé rápida e facilmente, e quando começam a ganhar folga, têm parafusos de aperto que permitem afinar a força do bloqueio
Fechadura de torção
As fechaduras de torção funcionam como roscas que apertam as pernas do tripé. Rodam numa direcção para destravar, e na direcção oposta para prender.
Os bloqueios de torção geralmente têm menos probabilidade de falhar devido a impurezas e areia sobre os bloqueios de alavanca. No entanto, quando começam a ganhar folga, são mais difíceis de afinar, obrigando a fazer mais força para travar as pernas.
Coluna central
Uma coluna central permite ao fotógrafo aumentar a altura do tripé depois de posicionar as pernas na sua extensão máxima.
As colunas centrais também adicionam versatilidade aos recursos do tripé, porque muitas delas permitem serem colocadas na horizontal, ou mesmo colocadas ao contrário, ou seja, de ‘cabeça para baixo’ permitindo fotografar com a máquina praticamente rente ao chão.
Cabeças de Tripé
Por fim abordamos um dos elementos mais importantes de um tripé, apesar de não fazer parte integrante deste, a cabeça do tripé.
E dizemos que não faz parte integrante porque, num bom tripé, devemos ter a liberdade de escolha dos pés (o tripé propriamente dito) e da cabeça do tripé.
Em termos de cabeça de tripé, existem diversas opções, contudo as mais usuais são:
Cabeça de Bola
Este tipo de cabeças é formado por uma bola que roda livremente dentro de um encaixe. Este mecanismos permite muita flexibilidade no posicionamento da máquina, no entanto obriga-nos a ter um cuidado extra para confirmar que a máquina está alinhada (horizontalmente ou verticalmente).
Outro aspecto que devemos ter em atenção neste tipo de cabeças é a rigidez do bloqueio da bola já que, sobretudo com máquinas pesadas e cabeças de qualidade inferior, com o tempo a bloqueio tem tendência a ganhar folga e não conseguimos prender a máquina na posição que pretendemos.
Cabeça de 3 eixos.
Estas cabeças, como o próprio nome indica, tem o suporte da máquina apoiado numa base que pode rodar em 3 eixos independentes, cada um regulado por uma maçaneta de aperto independente.
Podendo ser uma cabeça em que o posicionamento da máquina requeira mais manuseamento do que numa cabeça de bola, contudo tem a vantagem de, em termo de alinhamento ser mais fácil de conseguir, até porque maior parte delas possui uma bolha de nível na sua base.
Igualmente ao possuir 3 maçanetas de aperto independentes, acaba por ser mais fácil bloquearmos a máquina na posição pretendida.
Mais uma vez a escolha da cabeça tem a ver com o gosto do fotógrafo, sendo que a recomendação é que se escolha uma cabeça que garanta que suporta o peso do nosso equipamento, incluindo lentes telezoom, que são sempre mais pesadas.
E pronto, espero que estas explicações vos permitam escolher melhor o tripé que responda às vossas necessidades.
Qualquer dúvida é só dizerem e estamos cá para ajudar.
Beijos e abraços.
Veio mesmo a calhar!! Obrigada pelas dicas.
Obrigada Kady. Ainda bem que foi util. Beijinhos
Hoje mesmo adquiri o modelo apresentado no Workshop de Flores.
Óptimo António !
Mais um motivo que valeu a pena assistir ao workshop.
Grande abraço.
A Equipa Photofinders